Precisamos falar sobre o câncer de boca

Saiba como diagnosticar e prevenir um dos tipos mais comuns do tumor maligno

   Você sabia que, no Brasil, o câncer de boca é um dos tipos mais comum da doença, especialmente entre homens com mais de 40 anos de idade? Silencioso e com sintomas sutis, esse tipo de tumor maligno pode aparecer nos lábios, gengiva, bochechas, céu da boca e língua. Ele pode ser diagnosticado no consultório odontológico e, se tratado adequadamente, existe cura - 80% dos casos da doença apresentam recuperação do paciente.

   Sinais que você não deve ignorar

   Para proteger a sua saúde, você pode ficar atento a alguns sinais da doença, que incluem:

  • Lesões na parte interna da boca ou nos lábios - semelhantes a aftas -, que não cicatrizam por mais de 15 dias;
  • Manchas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengiva, céu da boca (palato) e bochechas;
  • Caroços endurecidos no pescoço;
  • Sangramentos sem causa aparente em qualquer área da boca;
  • Voz rouca persistente.

   Nos casos avançados, é comum observar:

  • Dificuldade para mastigar e engolir;
  • Fala irregular;
  • Sensação de que há algo “preso” na garganta.

   É importante estar atento a qualquer sinal de alerta e procurar um profissional de saúde (dentista ou médico) em, no máximo, 15 dias. Durante a consulta, aproveite para tirar dúvidas e, principalmente, relatar qualquer sintoma diferente. Pessoas com maior risco para desenvolver câncer de boca, como fumantes, devem ter cuidado redobrado e fazer visitas periódicas ao dentista, de seis em seis meses.

   Por que ele acontece?

   O melhor tratamento para qualquer doença é a prevenção. Por isso, ter hábitos de vida mais saudáveis, além de visitar o dentista regularmente, são as melhores formas de lutar contra o câncer de boca. O Grupo Caberj separou alguns fatores de risco, que devem ser evitados para a manutenção da sua saúde e bem-estar, como:

  • Tabagismo: de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos pacientes diagnosticados com câncer de boca fumavam. O cigarro representa o maior risco para o desenvolvimento da doença, e quanto mais frequente e duradouro for o hábito de fumar, maiores serão as chances de se desenvolver o tumor;
  • Consumo de bebidas alcoólicas: a ingestão regular de álcool aumenta as chances de desenvolver o câncer, especialmente se associada ao cigarro;
  • Sol sem proteção: a exposição ao sol sem uso de protetor solar e em horários inadequados representam um risco para o câncer de lábios;
  • Hábitos pessoais: Higiene bucal deficiente e uma dieta pobre em proteínas, vitaminas e minerais, mas rica em gorduras, também são apontados como causas;
  • Vírus HPV: pesquisas comprovam que a doença sexualmente transmissível (DST), causada pelo Papilomavírus humano (HPV), tem relação com casos da doença.

   Cerca de 80% dos casos tem cura

   De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2018 foram mais de 14,7 mil novos casos, sendo 11,2 mil em homens e 3,5 mil em mulheres. Um número alto, porém, se diagnosticado no início e tratado de forma adequada, a maioria dos casos do câncer de boca tem cura – 80% dos pacientes se recuperam da doença.

   Geralmente, o tratamento envolve cirurgia e radioterapia (métodos que podem ser utilizados de forma isolada ou associada). As duas técnicas apresentam bons resultados nas lesões iniciais e a indicação de tratamento dependerá da localização do tumor e das alterações funcionais que possam ser provocadas no organismo.